Terminanos a visita às Ilhas Faroe a poucos quilômetros da capital, na pequena aldeia de Kirkjubøur, onde ca uma das maiores experiências gastronômicas do mundo: o Koks, restaurante do chef Poul Andrias Ziska, que serve um menu degustação com 17 pratos, responsável por conquistar para Faroe sua primeira estrela Michelin. A culinária faroense tem uma característica chave: é feita com técnicas de fermentação, e as carnes fermentadas são uma das grandes atrações.
Os ingredientes são extraídos da natureza e eles aprenderam a usar tudo do que caçam ou pescam, incluindo olhos e a língua das ovelhas.
As lagostas, por exemplo, famosas por seu enorme tamanho e suculência, vêm das profundezas sombrias de Tanga øður, cidade que fica perto da capital, Tórshavn. São elas que, junto com os mexilhões e as vieiras, representam outros tesouros culinários da região. Sem contar o Skerpikjøt, carneiro seco no vento, que é pendurado sem sal em galpões perto do mar, até adquirir um fungo azul.
De todos os pratos que provamos, Patrícia amou o lagostim, que tinha um sabor jamais sentido antes. Eu provei um dos pratos não vegetarianos, que trazia pequenas larvas fermentadas e crocantes. Para qualquer pessoa de fora da ilha, comer essa iguaria pode parecer bem esquisito. Mas lá, naquela terra de conto de fadas, comidas e paisagens parecem sair de um filme.
O local é super agradável, um mix de minimalismo nórdico com o aconchego das construções locais. A decoração é bem minimalista, justamente para levar atenção ao evento gastronômico. O restaurante conta com a cozinha isolada e um balcão onde os pratos são finalizados e servidos pela equipe do restaurante. Nós tivemos a honra de sermos servidos algumas vezes pelo próprio chef Poul, que leva atenção quando o assunto é sobre sustentabilidade.
O jantar é um menu degustação fechado, onde previamente o pessoal da reserva pergunta sobre as restrições de cada cliente.
